A Lenda do Boto-cor-de-rosa

Dizem os antigos ribeirinhos que, nas noites de festa à beira dos rios, principalmente nas festas juninas ou nas rodas de forró, aparece um homem muito bonito, de roupas brancas, perfumado, educado e dançante. Esse homem é, na verdade, o boto-cor-de-rosa transformado.

Durante o dia, ele vive nos rios, nadando pelas águas barrentas e tranquilas do Rio Acre e seus afluentes. Mas à noite, ele abandona sua forma animal e assume a aparência de um jovem sedutor para encantar as mulheres, especialmente as moças solteiras.

Conta-se que esse boto-homem nunca tira o chapéu, dizem que é para esconder um orifício na cabeça, marca de sua verdadeira identidade aquática. Ele encanta, dança, beija e, muitas vezes, engravida as moças, para depois desaparecer misteriosamente nas águas do rio antes do amanhecer.

As crianças que nascem sem o pai reconhecido costumam ser chamadas de “filhos do boto”, uma forma simbólica e cultural de explicar gestações inesperadas ou relações mal explicadas. As mães, por vezes, juram que foram seduzidas por um homem que sumiu no rio ao raiar do dia.

Significados da Lenda
A lenda do boto no Acre é cheia de significados:
Representa a ligação mágica entre os humanos e a natureza.
Funciona como advertência para as moças que se envolvem com desconhecidos.

Reflete crenças ancestrais sobre encantamentos e seres que transitam entre o mundo natural e o sobrenatural.

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