A lenda da Mulher que Chora é conhecida em várias regiões do Brasil, com versões especialmente populares na Amazônia e no interior do Acre.
Segundo a tradição oral, há muito tempo, vivia em uma pequena vila uma mulher de beleza rara, mas que carregava no coração uma tristeza profunda. Ela havia perdido seu grande amor, um jovem pescador que se afogou no rio durante uma forte tempestade. Desde aquele dia, sua vida se transformou em luto e silêncio.
Dizem que todas as noites, vestida de branco e com os cabelos longos e soltos, ela caminhava até a beira do rio e chorava de forma tão intensa que suas lágrimas pareciam se misturar às águas. O choro era tão triste que os moradores, mesmo sem vê-la, sentiam calafrios e um peso no coração.
Com o tempo, ela desapareceu misteriosamente. Alguns acreditam que se jogou no rio para se reunir ao amado; outros dizem que seu corpo nunca foi encontrado porque a própria água a levou para o fundo.
A partir de então, em noites de lua cheia, pescadores e viajantes relatam ouvir um lamento distante vindo da beira dos rios ou das matas próximas. Aqueles que ousam se aproximar afirmam ver uma figura feminina, pálida, com os olhos inchados de tanto chorar.
Reza a lenda que quem escuta seu pranto pode ser atraído até ela e levado para o fundo do rio, para nunca mais voltar. Por isso, os mais velhos aconselham: nunca siga o som do choro na mata ou perto da água durante a noite.